sexta-feira, 6 de março de 2009

CASA QUE NASCEU E MOROU PATATIVA DO ASSARÉ


Casa foi restaurada e inaugurada por ocasião do CENTENÁRIO DE PATATIVA DO ASSARÉ, dia 5 de março de 2009.

A casa fica localizada na Serra de Santana, há 18 km da sede da cidade.


A reinauguração da casa onde nasceu o poeta Patativa do Assaré, no dia 5 de março de 1909, quebrou o silêncio, ontem, na Serra de Santana. Cerca de 500 pessoas, entre elas o vice-governador do Ceará, Francisco Pinheiro, o secretário da Cultura do Estado, Auto Filho, e o prefeito de Assaré, Evanberto Almeida, participaram da solenidade, parte da programação em homenagem ao centenário de Patativa.
A restauração, feita pela Prefeitura Municipal com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado, manteve a mesma estrutura do antigo casarão. Até o fogão à lenha permanece, guardando as lembranças dos tempos difíceis, quando a família Gonçalves se alimentava à base de feijão e milho. Na sala da frente, ainda está o velho oratório, onde o poeta, devoto de Nossa Senhora Aparecida, rezava o terço diariamente.
Uma cantoria de violeiros abriu a solenidade de reinauguração da casa. Eles subiram a serra para prestar solidariedade ao companheiro de desafios à viola, nas madrugadas sertanejas.
A interpretação da poesia “A Morte de Nanã”, pela atriz Cícera Carmo, emocionou a todos, ao descrever a história de uma jovem que morreu por falta de assistência médica.Entre a multidão, a neta de Patativa, Antônia Gonçalves, encheu os olhos de lágrimas. Aquele quadro dramático era a lembrança mais forte de uma família pobre e honrada criada enfrentando as adversidades da vida aperreada da zona rural. O poema, explica o filho mais velho do poeta, Geraldo Gonçalves, foi inspirado no sofrimento de uma das filhas de Patativa, chamada Ana, que morreu naquela situação.
Em Assaré, o clima era de festa. O palanque armado em frente à Igreja Matriz serviu de palco para a programação de shows, aberta no último dia 1º e encerrada na madrugada de hoje, com shows de Raimundo Fagner, Waldonys, Dominguinhos e Forró Sacode. As ruas foram interrompidas com bancas de bebidas e comidas.
A casa onde morreu Patativa, ao lado da Matriz, continua a respirar poesia. O poeta Geraldo Alencar, sobrinho de Patativa e apontado como o um dos seus seguidores, saudou o centenário do tio: “Partiu, mas deixou o nome / gravado em cada memória/ sua vida e sua história/ estão gravados na fome/da pessoa que não come/ sujeita ao podre regime/ de assalto de droga e crime. Num viver desesperado/ a onde o pobre coitado/ se espreme, mas não se exprime”.
Fonte: Diário do Nordeste.

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